No jornal Público de hoje (p. 23), numa peça intitulada “Petição contra a discriminação de género” é levantado um pouco de parte do véu de certos problemas apontados no texto anterior, designadamente os que ressaltam da falta de políticas desportivas direccionadas para o “desporto para todos” e da consequente “iliteracia desportiva” da população, bem visíveis na viagem que fazemos à realidade concreta dos 2.os Jogos da Lusofonia e dos seus responsáveis políticos e organizativos.
Num exercício de livre e sadia cidadania um conjunto de pessoas indignou-se por tais Jogos não integrarem, nem no futebol nem no futsal, as selecções femininas e fizeram uso de um mecanismo constitucionalmente consagrado (art.º 52 da CRP) endereçando uma Petição à Assembleia da República contra a discriminação de género na organização da 2.ª edição dos Jogos da Lusofonia.“Um disparate” na opinião do Presidente do Comité Olímpico de Portugal.Inacreditáveis, qualifico eu, os argumentos deste último:- "os Jogos têm um perfil e condicionantes específicas";- "E por que não há natação? Por que não participam as selecções de hóquei em patins, em que Portugal tem grandes tradições, por exemplo? Por que havia de estar o futebol feminino?"- "Os Jogos já custam à volta de três milhões de euros. Se crescerem muito, ninguém vai querer realizá-los e a sua continuação torna-se insustentável".
De facto! Pergunto eu, mas porque é que foi feita a mulher a partir da costela (imperfeita, claro está) de Adão? Para quê a existência destes seres menores que ainda por cima também se apaixonaram pelo desporto?É que não bastando os custos para a humanidade com as jóias, as cosméticas, as lipoaspirações ou os implantes destes prescindíveis e ignóbeis seres, na mentalidade dos organizadores há que atender às limitações financeiras e logísticas à expansão das modalidades. Pois então, interditem a participação feminina em todas as modalidades que participam nestes Jogos. Afinal de contas tal medida até nem seria original, basta retroagir à misoginia e discriminação dos tempos de Pierre de Coubertain.
Para quê o interesse público, a paridade, a igualdade de oportunidades, a distribuição equitativa de recursos financeiros públicos? Enfim, para quê a justiça e a felicidade de metade da população quando a outra metade já a conquistou?Nota: Não tive qualquer intervenção na criação da Petição em causa, mas naturalmente aplaudo a sagaz iniciativa, acessível em http://www.petitiononline.com/igualfut/petition.html
publicado por Maria José Carvalho em Colectividade Desportiva: Palavras para quê? Pela boca morre o peixe…
1 comentário:
Vicente Moura criticara a atitude de muitos atletas na hora da derrota. "Há aqui uma coisa com que as pessoas às vezes não contam, que é as pessoas darem desculpas que não são correctas", afirmou. "Não exijo nada dos atletas, não exijo nada dos técnicos. Exijo apenas profissionalismo e brio, porque todos não somos de menos para prestigiar Portugal", acrescentou. "Nós preparamos os atletas desportivamente, culturalmente não. A educação não é connosco".
Lembram-se!?
Palavras para quê...este senhor já devia estar onde muitos gostariam de estar...na reforma!!!
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