quinta-feira, 20 de maio de 2010

CARLOS NAVARRO VOLTA A TREINAR

O FUTSAL FEMININO VAI ESTAR MAIS RICO NA PRÓXIMA ÉPOCA: CARLOS NAVARRO VAI ESTAR DE VOLTA. UM PROJECTO NA DIVISÃO DE PRATA É O DESAFIO QUE ELE ACEITA. A PROVA DO QUE MAIS DO QUE TÍTULOS, SÃO IMPORTANTES PROJECTOS PARA OS ATINJIR...

"PARA SE EXIGIR DEDICAÇÃO E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL TEM DE SE PAGAR TAMBÉM COMO TAL…"


Fonte: www.futsalsurfem.com

1 - Após um ano sabático, o que é o que o faz voltar ao banco?

Acho que a minha paixão pelo futsal. Este foi o meu segundo ano de inactividade e sinto a falta do dia a dia e de dar o meu contributo como treinador.

2 – Como é que tem sido estar de fora para alguém como o seu curricullum?

Com a tranquilidade da ausência de responsabilidade e, com o olhar mais crítico de quem corre por fora. Diz-se que a partir de fora parece tudo muito fácil e é verdade, por dentro é tudo bem mais complicado.

3 º Qual é a sua opinião sobre o que se fala de as transferencias no futsal feminino serem muito condicionadas pelas amizades?

O que eu acredito é que se banaliza esta questão. Não podemos esquecer que se trata de um desporto amador. Vejamos, que jogador masculino sai de sua casa e vai para o outro extremo de Espanha, saindo do seu hábitat natural, por 400 euros mensais? Esta é uma situação específica do futsal feminino fruto destas circunstâncias. Às direcções dos clubes e, às atletas em particular, cabe-lhes propor e aceitar ou não as condições.

Mas é claro que se você quiser uma jogadora em particular a qualquer custo, e aceitar as condições, depois não faz sentido vir criticar aquilo que você previamente acordou. No dia em que um clube de futsal feminino puder assinar um contrato por três anos com uma jogadora e pagar-lhe 2.000 euros mensais provávelmente deixará de ter esse tipo de problemas. Para exigir dedicação e responsabilidade profissional tem de se pagar como tal, em caso contrário temos de aprender a conviver com as circunstâncias. Como eu disse antes, parece-me notável que algumas jogadoras assumam compromisos com pouquissimas contrapartidas só pelo prazer de jogar futsal. Se as jogadoras quiserem vir acompanhadas e, se os clubes aceitarem, todos devem arcar com as respectivas consequências.

4 Qual é o seu objectivo no Uni. Alicante

Não há nenhum objectivo específico, mas sim alguns factores que se reúniram para que eu pudesse voltar ao futsal feminino. O primeiro é voltar desfrutar do futsal, o segundo foi o facto do projecto a reúnir características que me agradam. Estive lá três anos, antes de ir para o Femesala. Para mim, é como voltar para casa, sempre respeitaram o meu trabalho, isso conjuntamente com grupo humano que se formou, levou-me a aceitar o convite. Se você quiser falar sobre um objetivo, inicialmente será o de consolidar na divisão de prata, o que, aliás, já atingiu o ex-treinador.

5 Vai ter oportunidade de falar sobre futsal feminino num colóquio, do que é que se trata?.

O título é "Optimização de Recursos no Futsal Feminino de Elite". Na realidade, vou falar sobre como organizar micro-ciclos de três sessões semanais dando mais qualidade aos treinos e de como obter recursos com mais imaginação. Embora o título tenha futsal feminino, este problema afecta tanto o feminino como as equipas masculinas que competem nos Nacionais A e B.

6 Com o seu conhecimento sobre o futsal feminino, qual é a sua opinão sobre a divisão de Prata, onde está o Uni, e o nível do Futsal Feminino na Andaluzia

Existem muitas equipas. Sou daqueles que pensam que da quantidade vem a qualidade. O Córdoba é o actual campeão da D.H. Parece-me que este ano tal vai voltar a suceder. As respectivas selecções estão sempre nas fases finais. Tudo isto não é nenhuma coincidência, o futsal feminino Andaluz, juntamente com a comunidade autónoma de Madrid, está ao mais alto nível.

7 Há uma coisa que ninguém entende. Há quatro grupos de prata, porque é que não se regulam as descidas da DH para quatro? Qual é a sua opinião.

Eu acho que não se pode ter uma competição como a DH com um número ímpar de equipas. O resto não é grave. A outra opção seria descerem três e subirem quatro. Com isso ficariam 18 equipas na divisão de honra, algo inviável financeiramente para os clubes. Se no próximo ano, fossem formados três grupos na divisão de prata, teriamos três subidas e três descidas, voltando tudo à normalidade. O que não pode ser, é que num campeonato de DH de 16 equipas desçam quatro, ou seja 25% das equipas.

8 Tem algo que queira dizer?

Bem, eu lamento muito a saída do Fernando Salcedo, actual treinador do Uni, ele fez um óptimo trabalho, vou tentar estar à sua altura para continuar o desenvolvimento deste belo projecto. Espero ter energia suficiente para contagiar o grupo após a saída do seu actual treinador.

Sem comentários: