quarta-feira, 18 de março de 2009
INCOERÊNCIAS DA FPF
Não tenho por hábito vir a este espaço escrever, embora seja um leitor muito atento em relação a tudo o que se passa neste site, até porque considero que se trata de um espaço privilegiado para os adeptos e amantes do FUTSAL poderem reflectir e debater ideias (mais ou menos valiosas) que visam a melhoria e o desenvolvimento da modalidade.
Quando se fala no desenvolvimento desportivo da modalidade, subentende-se a adopção de estratégias e politicas desportivas que procuram o fomento, o “INCENTIVO e ESTIMULAÇÃO”, dos praticantes com vista a um crescimento sustentado e potenciar a médio e longo prazo, qualidade de recursos que levem as selecções e os diferentes campeonatos a terem um maior impacto junto das populações e um maior reconhecimento junto da sociedade.Tais politicas não se devem centrar apenas nas modalidades mediáticas (caso do Futebol), que na minha opinião acabam por não ter grande necessidade desse tipo de politicas, uma vez que, o seu natural mediatismo leva a uma afectação natural de recursos e de praticantes que, per si, já vão sendo autosustentáveis. Tudo isto se resume a politica e estratégia, não só a nível Federativo como também a nível Governamental e dos meios de comunicação social.Esta pequena introdução serve para enquadrar e introduzir o motivo deste texto e da minha indignação enquanto adepto e amante do FUTSAL.
Fiquei algo perplexo quando esta semana li na comunicação social que a Federação Portuguesa de Futebol decidiu criar a Selecção B (Sub-21) de Futebol, com os argumentos que passo a citar “Espero que seja uma boa oportunidade para incentivar e estimular estes jogadores, que estão aqui connosco, para passar uma mensagem que a Selecção está atenta às exibições e ao trabalho que estão a desenvolver e, sobretudo, deixar uma mensagem de trabalho e preocupação com aquilo que tem de ser a construção do nosso futuro”. Tais argumentos são legítimos e percebo que o Prof. Carlos Queirós apresente estas ideias e que a Federação prontamente desenvolva este projecto. Certamente irá envolver inúmeros recursos financeiros, humanos e materiais. A minha perplexidade vem no seguimento da politica adoptada pela mesma Federação para a MODALIDADE do FUTSAL onde não quiseram criar a mesma selecção de SUB-21 (que teve um campeonato da Europa a relativamente pouco tempo), com o argumento da a falta de recursos financeiros por parte da FPF, o que agora não se veio a verificar, surgindo os recursos necessários.Não será legitimo o Futsal ser alvo de semelhantes projectos, principalmente porque se formos a fazer uma comparação de orçamentos entre as duas modalidades, facilmente notamos que os recursos afectos a estes projectos no Futsal são substancialmente mais baixos do que para o Futebol 11.Mais, outro dos argumentos apresentados na conferência de imprensa foi “o que pretendemos com este estágio, é criar oportunidades para estes jogadores estarem com a selecção, treinarem, estarmos juntos, ganharem aquele sentido de família e de solidariedade´. Depois de ler estas declarações, mais questões se levantam, será que os atletas do Futsal não terão semelhantes necessidades? Será que o pouco grau de profissionalismo que existe em Portugal para os atletas de Futsal, não teriam mais necessidade deste tipo de projectos e iniciativas, com vista a promover uma maior adaptação ás exigências e rigores do que é representar uma selecção nacional?
É interessante ouvir o Seleccionador Nacional de Futebol 11 a dizer que é preciso “Criar mais oportunidades para mais jogadores ganharem experiência internacional, para que a curto, médio e longo prazo a Selecção Nacional – Clube Portugal possa beneficiar desta capitalização de experiências.”. Para os menos atentos, este argumento parece valido, mas não nos podemos esquecer que o futebol 11 tem selecções nacionais de diferentes camadas jovens, existem jogadores nos escalões de formação que já tem contratos profissionais e o próprio grau de profissionalismo desses escalões de formação nos clubes, já é extremamente elevado. Será que realmente existe esta necessidade? Poderia tentar comparar a realidade do Futebol 11 com o Futsal, mas estaria a cair no ridículo, tendo em vista a disparidade das realidades a nível de selecções jovens (no futsal são inexistentes), bem como a realidade dos clubes, onde apenas temos quatro clubes profissionais (no escalão sénior).
Posto isto coloco uma questão, qual das modalidades necessita de maior apoio e incentivo para promoção da modalidade? Qual das modalidades necessita mais de criar espaços que promovam experiência competitiva internacional para os jovens atletas?Para terminar esta reflexão, pego em mais uma citação do Prof. Carlos Queirós que diz que o projecto da selecção B visa a criação de “alternativas, para não estarmos dependentes, como no passado, de um ou outro jogador que faça a diferença.” Pois bem, penso que o Futsal tem uma necessidade ainda mais urgente desde tipo de projectos, claro está se a politica da FPF for de promover e desenvolver esta modalidade, isto porque, a nossa selecção de Futsal está cada vez mais velha e os recursos ao dispor do nosso seleccionador são escassos tendo em vista o nível competitivo que esta modalidade tem a nível internacional. Tal situação tem levado a que o seleccionador Orlando Duarte tenha que recorrer a jogadores brasileiros naturalizados (não está em discussão se tem qualidade ou não), correndo o risco da nossa selecção se tornar numa “terceira selecção Brasileira” (à imagem do que se passa com a Itália), isto claro, se quisermos continuar a ter a projecção mundial que temos nesta modalidade.Não quero que se pense que sou anti-Futebol 11, este tipo de projectos são de louvar e são extremamente importantes, mas a FPF deverá ajudar todas as modalidades que estão na sua dependência de uma forma equitativa, e procurar o desenvolvimento sustentado das mesmas. Torna-se urgente que a FPF, invista numa modalidade que tem uma grande aceitação junto da sociedade e que tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos que mais nenhuma outra modalidade teve, muitas vezes contra-ciclo em relação ás preocupações da FPF.
Anónimo em o Cantinho do Futsal
"...De facto, o que transmites são verdades incontornáveis.Todavia, todos os aspectos de estrutura e organização que são mencionados, ´esbarram´ na atitude dos clubes.Não tenhamos duvidas que a prioridade da FPF é, e sempre será o FUT11, até porque gera incomparavelmente mais receitas que o Futsal.Tendo em atençaõ esta ´variavel´, a FPF e as Associações só vão ´apostar´ um pouco mais no Futsal com ´pressão´ e principalmente ´com participação´ dos clubes.
Participei em todas as Assembleias Gerais (ordinárias e extraordinárias) realizadas na AFLisboa nos ultimos 4 anos.Em todas essas ocasiões não assisti a NENHUMA proposta, NENHUMA sugestão, NENHUM ´input´ de NENHUM clube.NADA existiu nos ultimos 4 anos, excepto o ´chato´ do João Morgado, em representação de um clube muito pequenino do Lumiar, que sempre ´levou´ para todas elas propostas, inclusivé muitas delas aprovadas.
Desde então, apenas EU impertiguei a AFL com a criação de Regulamentos de Provas, com Faxes e emails quando os Regulamentos não eram cumpridos, com ´exigências´ estatutárias que solicitava nas Assembleias Gerais e muitas outras coisas que não vale a pena agora falar nelas.Tanto, mas tanto ´os impertiguei´, que me convidaram para ´lá´. Não será para me ´baixarem a voz´, isso garanto, mas o importante aqui passar é que NADA SE FAZ SEM QUE OS CLUBES QUEIRAM, NADA SE FAZ SEM A SUA PARTICIPAÇÃO E TUDO SE VAI MANTER SE OS CLUBES NÂO INTERAGIREM PARA QUE O CENÁRIO SE ALTERE.
João Morgado (ACC) ..."
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