segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

É CURIOSO...


É curioso. Enquanto na América do Sul e na Ásia existem competições de selecções, na Europa nem competições de Clubes temos.

Algumas destas selecções constituem-se só para estes campeonatos, nomeadamente, no Campeonato Sul-Americano do ano passado participaram: Argentina, Brasil, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Peru, Venezuela e o país Organizador o Equador. Nos Jogos Asiáticos participaram: o Japão, China, Tailândia, Irão... Nalguns dos países participantes o papel das mulheres ao nível da sua participação nas decisões é extremamente reduzido, na generalidade a mulher como atleta é vista com muito maus olhos. No entanto, existem competições internacionais.

É difícil de entender, para quem segue a divisão de Honra de Futsal Feminino em Espanha, com o alto nível de futsal que já se pratica, com tendência para crescer ainda mais, com equipas que treinam diariamente e com treinadores profissionais que estas jogadoras não tenham competições internacionais.

A desculpa de que existe falta que formação de base no Futsal Feminino, que a existência da mesma asseguraria a continuidade do mesmo não me parece ser suficiente porque, para que isso aconteça, também é necessário fazer uma maior projecção e difusão da modalidade no feminino.

As atletas das nossas escolas em Elche, não querem ser como o Messi ou o Cristiano Ronaldo, elas querem ser como Bea, Txitxo, Alicia, Susana ... e se as vissem a disputar um campeonato europeu ou do mundo, daríamos um salto gigante para termos cada vez mais atletas na formação. A chave é encontrar uma fórmula competitiva para que elas continuem a praticar a modalidade depois de serem separadas dos rapazes nas escolinhas de base.
É aí que temos de encontrar uma estrutura competitiva para as abrigar, seja ela nos clubes ou na escola de forma a que elas não abandonem a modalidade.

Carlos Navarro – Treinador do Femesala Elche (Actual Campeão Espanhol) - Editorial do Fútbol Táctico de Fevereiro

Tradução Fernanda Piçarra

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